Concluí que não há um modelo para fazer conversa


Sou anti-social. E ele diz -me que a parte boa de frequentar cursos é conhecer pessoal novo. Sou anti-social, esquece!! Ainda bem que usamos máscara, assim não veem o meu sorriso amarelo cada vez que alguém diz uma piada num grupo. Mais difícil de contornar é quando a conversa é direta a mim.

Sou anti-social não há volta a dar! Mas hoje tive aquele clique!

Aquela rapariga desceu as escadas de encontro à máquina do café. Eu subi as escadas e deparei com ambas: a máquina e ela. Senti-me na obrigação de comentar a elevada concorrência ao café e disse: – Hoje vamos ter que nos contentar com porcarias, não me apetece ir à máquina dos hambúrgueres. E ela ficou cética a olhar para mim. Pensei que tinha memória curta e lembrei-a que no dia anterior nos tínhamos encontrado lá ao que ela respondeu: -Está muito frio para sair daqui.

Fiquei contente com a resposta. Percebi que poderíamos iniciar uma conversa. E logo depois tive o clique!! Aquela rapariga perguntou-me se eu tinha conhecimento sobre o caso da rapariga que se suicidou! – assunto muito mal escolhido para manter uma conversa. Ela não me conhece e não sabe, mas foi muito mal escolhido! Eu não aprofundo assuntos negativos ou deprimentes.

Concluí que não há um modelo protótipo para fazer conversa! As pessoas querem conversar mas não sabem como o fazer.